segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Maybe I dreamed of you

and maybe I’m still dreaming. Acordei com a lembrança fresca do fusca estacionado de lado na estrada de terra, esperando a manhã começar, você com um lenço na cabeça pra prender os cabelos e dizendo as coisas sempre de um jeito tão divertido. Me lembro da represa, da água morna, de ter que carregar o caiaque reclamando dos mosquitos e de ficar sentado do seu lado olhando as nuvens de chuva antes da janta ficar pronta.

Era tudo inútil mas era também maravilhoso. Aqueles sorrisos em que cada pedacinho de tempo valia a pena, de que morreríamos felizes na Itália deixando pra trás uma vida não necessariamente notável, mas cheia de coisas interessantes. Pouca coisa importava além de você, da sua voz e da noite em que cantamos Silverchair, bem baixo pra não acordar os vizinhos.

Sumimos um do outro e isso não nos matou. Essa noite sonhei com a gente e isso também não me matou. Ainda sonho com você dedilhando errado o solo de House of the Rising Sun, numa noite meio clara... e embora eu quisesse muito, não adianta, isso não me mata.

Minha triste verdade é que jamais se morre por amor. Ainda que seja muito, ainda que seja tudo, a vida não se compadece: desapiedada, insiste em viver.