Até hoje, nada a tinha assustado...
Ela não havia acordado cedo nem cumprido suas próprias metas; passara o dia boiando à deriva, prostrada por si, proscrita em si, afogando-se numa maré agradável de memórias mornas. Segundo Virginia Woolf, ela mergulhara como que por completo num clima crepuscular de afáveis reminiscências.
Até hoje, nada a tinha assustado tanto quanto a...
Pensar enlouquece, e ela pensa nisso. Pensa tanto que, tomada por um acesso sufocante de remorso, retoma rapidamente todas as suas obrigações e afazeres, escaldando a própria depressão numa sucessão de xícaras quentes e transbordantes de café espresso².
Até hoje, nada a tinha assustado tanto quanto a inequivocável sensação de que...
A paixão é justificada, seja isso efêmero ou perpétuo. Pois ela se mortifica ao vê-lo caminhando na sua direção, semblante sorridente, vindo (desinteressado) beijá-la e abraçá-la como se não houvessem, ainda ontem, compartilhado o sono etílico dos boêmios.
Até hoje, nada a tinha assustado tanto quanto a inequivocável sensação de que dormira nos braços dele a noite mais ímpar (de todas as muitas e muitas noites que fizeram parte) de sua vida.
¹: sim, o título é (outra...) música do The Strokes.
²: para o meu total desespero, é com "s" mesmo.
quarta-feira, 10 de março de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário